domingo, 21 de março de 2010

Ateu no Confessionário - parte1

O primeiro contato que eu tive com o Alcorão foi numa edição francesa dos anos 10 do século XX que pertencia ao meu avô. Ele chegou a maomé via declarações do Mufti de Jerusalém- aquele que falou demais nos anos 30, se aliou a Hitler e depois foi internado num lugar qualquer santo da religião. Afinal, ele era clérigo.....e também tio de Yasser Arafat.
Já eu cheguei meio besta meio aterrorizado, com a guerra dos seis dias. Não dava para entender como a unidade religiosa não influenciava a estratégia e o valor dos militares árabes(leia se Egito e Síria), completamente imcompetentes em se articularem como Estados, vivendo ainda uma era semi-tribal e fratricida. Vocês já viram a quantidade de AK-47s que existem na região. Em cada VT que vejo sobre a Palestina e Gaza, aparecem uns quatro, no mínimo!
Colocando a questão de tratamento de Maomé a parte, o islamismo é uma religião cuja ética foi destruída pelos seus próprios clérigos. Tanto a vertente sunita, ao acobertar Sadam Hussein, quanto a vertente Xiita ao patrocinar atentados e promiscuindo as atitudes, misturando política com religião, numa ética nova e contrária aos padrões.
Eles devem ser hoje a religião planetária com o maior número de seguidores, que não andam nada contentes com uma série de coisas que acontecem e que eles acreditam ser prejudiciais, incluindo aí até o consumo impróprio de alimentos e bebidas.
Traduzindo Nostradamus livremente, o Armageddon será travado entre Irã e Israel, a um custo incalculável de qualidade de vida. O Problema real vai existir para todo aquele que conseguir chegar ao dia seguinte.
Tive também uma visão distorcida da questão ao ler os romances históricos de Henryk “Quo Vadis” Sienkiewicz sobre a história da nação polonesa antes da partilha. Seja em “A Ferro e Fogo”, seja em “Pan Miguel das Caçarolas” ou em “A Cruz e o Crescente”, os maometanos-representados pelos turcos otomanos – não tem a mínima graça e são completamente selvagens, capazes de todas as barbaridades possíveis contra os tadinhos dos cristãos poloneses. Já esses são paladinos da moralidade e mocinhos da história, não podendo ser-lhes imputado nenhuma culpa ou defeito, apesar dos excessos narrados, como o campeonato de tiro ao alvo nos troféus da sala de caça de um castelo e das torturas infligidas a camponeses desarmados pelo fato de serem tártaros.
A Religião é típicamente a fantasia na qual alguém em profundo estado de depressão se apóia no sentido de não chegar ao fundo do poço. Todos os grandes casos de conversão, expiação ou iluminação passam por crises depressivas, incluindo o raio que prostrou Saulo de Tarso. Voltando a Sienkiewicz, a passagem na qual Pedro, fugindo de Roma, cruza com Cristo(“Quo Vadis?”-“Onde Vais?”) e este último diz a Pedro que volta à cidade para continuar a obra, é reveladora desse martírio sadomasoquista. Eu não acredito em Religiões, Mas que elas existem? Existem!

Um comentário:

  1. Sei não, mas acho que os religiosos vivem mais felizes. Ao caminhar pelo "vale da sombra da morte", o crente sente mais conforto em meio às dificuldades que o descrente. Por outro lado, vejo os ateus e agnósticos mais realistas diante de um problema que procuram enfrentar com mais racionalidade que os religiosos. Concluo que a vida é dura e muitas vezes a alteração do estado consciencial do indivíduo sofredor pode ajudá-lo da superação ou ao menos suportar o inevitável martírio já que todas as coisas estão a perecer.

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