sábado, 27 de fevereiro de 2010

Pai! Por que me Abandonastes?

Porque me deixastes só nesse mundo que não me compreende e me separa dos meus, que já não são teus. Você não está aqui como nunca esteve. Sempre me separastes daqueles a quem eu deveria querer como irmãos e tenho como inimigos. Sempre me apartastes do rebanho dos escolhidos e me deixastes vagando pelas sombras de um mundo que desconheço como lidar e viver.
Porque fizestes-me e deixastes minha mãe me parir com sofrimento? Porque não me aconpanhastes no momento em que fostes necessário? Sou um Prometeu acorrentado na realidade do dia a dia, um Narciso que procura desesperadamente o seu igual. Minha caravela caiu na calmaria e meus descobrimentos vão ficar deitados eternamente em berços não muito esplêndidos, pois o Futuro pertence a você, que não quer me dar uma migalha que seja.-nunca vi um ser tão egoísta como tu.
Me recuso a acreditar que sejas infinito, justo e bom, pois a ética não permite a junção desses atributos. Da mesma forma que me recuso a acreditar que possas ser uno e trino. Isso foge a minha lógica e a minha vã filosofia e não vou discutir isso em tempo algum com quer que seja. Me recuso simplesmente a passar recibo para toda essa bobajada.
Me sinto só. Sou único. Sou uma ilha, cercada por milhas de oceano intransponível. Sou atômico. Sou eu. E , além de mim, existem os outros. Todos eles e atômicos que nem eu. Somos alfinetes espetados na almofada. Cada alfinete é único. É um Eu. São eles. Novamente que nem eu. Pensando, logo existindo para concluir o finito da falha, biológica ou provocada.
Mais um dia só neste mundo cruel por tua causa. Queria entender o porquê. Só isso.

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