domingo, 7 de março de 2010

Miséria Moral



“Vagam como almas penadas em órgãos de imprensa que se esfarelam, que vivem seus últimos sopros de vida, com os quais serão enterrados, sem pena, nem glória, esquecidos como serviçais do poder, a que foram reduzidos por sua subserviência aos que crêem que ainda mandam e seguirão mandado no mundo contra o qual, um dia, se rebelaram e pelo que agora pagam rastejando junto ao que de pior possui uma elite decadente e em vésperas de ser derrotada por muito tempo. Morrerão com ela, destino que escolheram em troca de pequenas glórias efêmeras e de uns tostões furados pela sua miséria moral. O povo nem sabe que existiram, embora participe ativamente do seu enterro.”
Esse é o último período de um artigo que o Emir Sader colocou em seu blog. Leva o título de “Miséria Moral de Ex-esquerdistas. Eu generalizo, pois acho que a miséria moral hoje domina todos os segmentos. Me lembro como se fosse hoje do dia em que foi dada a noticia da morte do Afonso Arinos e um colega de trabalho, o Evandro Perry- mais velho e que dividia comigo a edição de um radiojornal, me foi taxativo: “Lá se foi a última reserva moral. Agora, fudeu”. No meu entendimento, Reserva moral também foi Aureliano Chaves, que rompeu com o PSDB quando viu como as privatizações foram feitas.
A miséria moral está na mídia, seus fabricantes e fabricados – ídolos de pés de barro – que não resistiriam a uma auditoria séria, caso ela fosse feita. Isso não acontece porque outros míseros moralistas são os encarregados das auditorias e só mostram aquilo que lhes apetece ou satisfaça um superior imediato, o qual poderíamos baixar o nível e chamar de propineiro.
Fernando Henrique, o mais bajulado, é o que mais adora o auxílio dos propineiros, que mantém para seu gáudio, júbilo e pavoneamento o Instituto Fernando Henrique Cardoso, no qual tenta passar a história como o homem que colocou o tóxico em seu devido lugar, depois de compactuar anos com uma legislação aprovada em um de seus mandatos, completamente policialesca e restritiva.
FHC quer voltar a ser o homem- a indicação natural do partido. Aguarda ansioso a Cristianização forçada de José Serra para, do alto de sua decrepitude e senilidade, ser o “nome novo” da chapa puro-sangue. Acredita-se que Aecinho assista sentado a essa troca e universalize o PSDB, antes paulistano acima de tudo.
Miséria moral é dar voz a ele, que entregou o país de corpo e alma ao departamento de Estado norte-americano, dando a bunda e pedindo desculpas por estar de costas. Miséria moral é ter a informação precisa, escamoteá-la e deformar a opinião pública, hoje restrita a poucos, já porque muita gente prefere ler o original( Le Monde, The Economist) do que sujar as mãos numa cópia mal impressa e que larga tinta.
Miséria moral é requentar uma matéria de 2005 e servi-la como “novidade”. Miséria moral é inventar crise onde ela não existe. Dona Eliane Catanhede sabe disso como ninguém.
No RJ, Anthony Garotinho começa a se movimentar e a virar alvo de todos. Nem Moreira Franco conseguiu ser tão fisiológico ou ausente. Não acredito que chegue a algum lugar sua postulação.
E o sempre onipresente Paulo Maluf aguarda sua chance. Sua miséria moral nunca perde o que ale acredita sejam oportunidades. É só aguardar. E, para terminar de jogar lama no ventilador, vejam Soninha(ela mesmo!!!!) peladona nas páginas da Playboy e o espaço que a Marina Silva vai ganhar na TV Globo( as ordens são do chefão- com quem ela almoçou a semana passada).
Todos são farinhas do mesmo saco e aqui, ao menos, poderíamos usar um exemplo da tão amada ditadura cubana. Um “Paredón” bem democrático, cheio de igualdade e fraternidade. Liberdade? Ainda que tardia.

Um comentário:

  1. Tenebroso!
    Aqui ficam colocando Batman e Robin (Cabral e Paes) sempre jogando bola ou rindo num bar.
    Paes já é conhecido como o homem das empreiteiras.
    Cabral apoia quem tiver no poder, de PSTU a ADR!

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