sábado, 6 de março de 2010

Tesão Incestuoso




Fui começar a sentir esse fogo por ti você tinha 15 aninhos. Eu? Tava na idade de perder a cabeça com bobagem, sabia disso e foi isso que me fez ficar quieto e não desembarcar os comandos. Toda vez que você me vinha a cabeça eu pensava em Tia Zoe e Tio Nego e ficava o mais quieto possível.
A última noite que passamos juntos, em Teresópolis, brincando de não dormir eu pensei bem no assunto, pois- numa hora quase que fatal para mim, ficamos......sozinhos e juntinhos. Fazia frio e você tinha descido com um cobertor e, depois que a Lolô subiu para dormir, você veio para o meu lado, se enrolou comigo nele e ficou juntinha, juntinha. Senti teu cheiro perto e tremi na base. Não sabia o que fazer. Aquilo tudo e mais o clima estavam me excitando demais, você ria suas gargalhadas felizes para mim e tudo era alegria e bobagem.
Tinha no fundo do meu coração um sentimento contramão que me dizia que se eu atravessasse a rua eu ia ser atropelado pelo seu não entendimento do conflito que se passava nele.
Deixei quieto e sufoquei o que sentia. Não era normal, não podia, não podia me apaixonar pela minha prima. Não podia, não podia e não podia. Pronto. Levei a repressão ao limite máximo da tolerância e me contive naquela noite que tinha tudo para ser nossa grande noite da adolescência caso eu fosse gentil e tivesse sua anuência.
Acho que ia me revelar ali, como todo garoto pedir para te namorar, mesmo que fosse escondido, sem ninguém saber e até quando a gente ia agüentar calado a tortura de não se revelar aos outros.
Sonhei com essa alternativa de sim/não a adolescência e a juventude até que pintou outra chance de algo acontecer, quando briguei e me separei da Ana. Você estava sem namorado e começou a andar comigo. Toda vez que a gente tava junto eu sentia o mesmo calor esquisito daquela noite em Terê e o coração disparava. Pensei...”Ah! Não.....De Novo?” E aí virava prum lado e pru outro na cama, não dormindo nem deixando Gilberto dormir, pois a cada mexida minha, o cachorro levantava e vinha me lamber a cara.
Uma hora eu não guentei. Pensei em ti e fui às últimas conseqüências. Tomei banho, troquei a roupa de cama e fui dormir ainda meio agitado. Voltei a pensar em você e sorri no meu interior desejando tua presença. Você era linda. Sempre foi.
Nesses 32 anos venho pensando em ti durante todas essas atribulações que passei e passastes. Quando casastes, morri de ciúme. Fazer o quê, caralho? Só morrer mesmo de ciúmes e de frustração em não ter partido para um tudo ou nada. A única coisa que tinha medo era da tua rejeição e isso me reprimiu. Me fez colocar uma pedra em cima da minha possível felicidade ao lado da mulher da minha vida? Quem sabe? Não ia agüentar o sofrimento depois de um “não”. Acho que morria de tristeza, ia embora para a Austrália, fazia uma merda qualquer.
Se eu tivesse ouvido o conselho de Tio Neni eu ia ficar vermelho meia hora e ,pode ser, que tudo se passasse. Resolvi ficar amarelo a vida inteira de frustração e choro presumindo o desenlace fatal. Seria ele fatal mesmo? Você continua linda......E eu amarelo, amarelo.

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